Histórico

SUMÁRIO HISTÓRICO DE BARRA DE GUABIRABA - PE


No início do século XX, residia no sítio Guarabiraba, o Senhor Manoel Lourentino dos
Santos, homem profundamente religioso, que sempre se manteve fiel à religião católica.

Visando a manutenção do espírito religioso dos habitantes de Guarabira, o referido senhor
idealizou a construção de uma capela dedicada a São João, santo de preleção dos moradores do sítio.

Para a realização daquela tarefa, a comunidade se dedicou, com afinco, num verdadeiro
trabalho de “mutirão”.Em 1905, a construção da capela chegara ao seu término, e em torno dela já se destacava um aglomerado de casas, testemunhando o rápido crescimento da povoação.

Depois da construção da capela, a população teve a feliz lembrança de construir também na
frente, um cruzeiro, símbolo destacado da fé que inspirava as pessoas ali residentes.
Com a rápida movimentação das pessoas que chegavam de outras áreas vizinhas e até de
outras regiões, a localidade ficou conhecida pela denominação de São João da Barra.

O povoado, por se encontrar em área de terras férteis e propícias à agricultura, como a canade-açúcar, destinada inicialmente ao fabrico do açúcar banguê e aguardente, tornou-se um centro de atenção das populações vizinhas, em face da criação da feira livre semanal que se tornou famosa.

Com o desenvolvimento das atividades agrícolas e o comércio experimentando um
progresso razoável, foi suficiente para que o povoado fosse elevado à categoria de vila em 1939. Inicialmente, o distrito chamou-se Barra, depois Itapecó e finalmente Guabiraba, até suaemancipação política.

A origem do topônimo do Município de Guarabira, segundo notas encontradas a respeito,
deve-se ao fato de por ali haver passado em viagem de estudos, o historiador Mário Melo, que avistando a barra próxima a confluência do rio Sirinhaém com Bonito Grande e existindo nesse local uma frondosa Guabiraba, o historiador extasiado com o que vira, teria chamado de Barra da Guabiraba.

Gentílico: guabirabense
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Barra de São João, pela lei municipal nº 59, de 25-06-1915.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Barra de São João, figura nomunicípio de Bonito.

Pela decreto-lei estadual nº 235, de 09-12-1938, o distrito de Barra de São João passou a
denominar-se Itpecó.
No quadro fixado para viagorar no período de 1939-1943, o distrito já denominado Itapecó,
figura no município de Bonito.

Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31-12-1943, o distrito de Itapecó passou a denominar-se Guabiraba.

Em divsão territorial datada de 1-VII-1955, o distrito já denominado Guabiraba permanece no município de Bonito. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.

Elevado à categoria de município com a denominação Barra de Guabiraba, pela lei estadual
nº 3340, de 31-12-1958, desmembrado de Bonito. Sede no atual distrito de Barra de Guabiraba.

Constituído do distrito sede. Instalado em 01-03-1962.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2003.


HISTÓRIA DETALHADA


O povoado de Cabereira.



Quando as terras desse lugar começaram a ser colonizadas, homens abastados e até de descendência portuguesa foram contemplados com grandes extensões de lotes de terras nesta área do Agreste pernambucano. Quando se deu o início do desbravamento dessa área, os engenhos, fazendas e sítios implantados estavam intimamente ligados ao território do município do Bonito, que exercia jurisdição nesta área desde o século XIX, quando foi desfalcada do território do município de Santo Antão (Vitória de Santo Antão), passando a aglomerar para si um vasto território.

Entre todos, destacou-se a princípio, o engenho por nome cabeleira, cujo proprietário, foi o Coronel da Guarda Nacional, de família tradicional, de origem portuguesa, José Matias de Albuquerque. A propriedade encontra-se situada na parte leste de Barra de Guabiraba, banhada pelas águas caudalosas do rio Sirinhaém, neste local desenvolveu-se um pólo canavieiro de grande potencial e altamente lucrativo. Cabeleira rapidamente começou a prosperar, seu nível de desenvolvimento superou as demais propriedades, de maneira tal que se tornou mais expressiva, que colaborou para se implantar e fixar moradores no lugar, muita gente vinha trabalhar e morar em Cabeleira. Eram as primeiras décadas do século XX, muitas casas particulares foram edificadas com permissão do coronel José Matias de Albuquerque, eram na realidade casebres de taipa com cobertura de palha, o que de qualquer modo fez crescer de maneira substancial o número de habitantes do lugar, chegando a constituir-se em povoado.


Nelson Félix escreveu em livreto de memórias as seguintes palavras sobre Cabeleira:

“Nas épocas passaram a haver festinhas de Natal, fim de ano e do padroeiro, a iluminação consistia na colocação de vários archotes (espécie de candeeiro) ou vários pavios grossos em canos de bambus consumindo querosene e lamparinas à luz de carboreto. A música de animação pública era executada ao som da banda de pífanos. Haviam alémde outras diversões populares os pastoris profanos e as danças de fuá ao toque de sanfonas.”


Segundo Nelson Félix, houve na região por volta de 1882 um grande surto de varíola, doença cantagiosa, que vitimou muita gente em Cabeleira, engenho Guabiraba e demais engenhos e fazendas. Vale destacar que na época as condições de saúde eram muito precárias, praticamente inexistindo por esse espaço, só podendo recorrer a um médico pessoas de posses e indo para lugares distantes, de preferência a capital. O povo pobre foi vitimado pela peste que se alastrou por um bom período, como alternativa, segundo a tradição oral nos informa, os habitantes do lugar recorreram às forças sobrenaturais, fizeram promessas e novenários ao mártir São Sebastião, que a partir desse momento permaneceu sendo homenageado por parte das pessoas por terem se achado agraciadas.


Cessada a epidemia, o coronel José Matias de Albuquerque, mandou erigir uma capela em homenagem a São Sebastião em sua propriedade, a homenagem aos pouco foi virando uma tradição, a qual foi sendo repassada às gerações que iam se sucedendo não só em Cabeleira mas em toda vizinhança, sendo vivenciada em nossos dias pela população local, que depois passou para Barra de Guabiraba, dando origem ao festejo anual, convertendo-se na festa de São Sebastião, completando cem anos no começo do século XXI.


Cabeleira passou a nível social elevado, começou a receber visitas periódicas do vigário da Paróquia do Bonito, a assistência espiritual se restringia na época única e exclusivamente por parte dos sacerdotes católicos, visto que não havia por essas terras outro tipo de culto religioso, de modo que todas as pessoas já nasciam na religião católica. Os fiéis recebiam ensinamentos do padre Francisco Barros Cavalcanti Lins, mais conhecido como padre Chico, que celebrou ente o período de 1906 a 1950 nessa região. Esse padre foi muito estimado pelas comunidades onde exerceu seu ministério sacerdotal, foi ainda vereador do Bonito, seus restos mortais encontram-se depositados na Igreja Matriz do Bonito, e na mesma cidade há um busto em sua homenagem. O padre Chico, exerceu sua função sacerdotal por muitos anos celebrando em Cabeleira, onde realizava missas, batizados, casamentos e festividades religiosas.


Segundo informou a senhora Irene Ribeiro da Silva, 76 anos, mãe do professor Sebastião Soares da Silva, a mesma disse que foi batizada e casou na igreja de Cabeleira pelo padre Chicó e que as pessoas vinham da vizinhança para participar das cerimônias religiosas, o vigário vinha uma vez por mês, atravessando fazendas e engenhos montado num burro. Vale salientar que não havia estradas na época, apenas trilhas dentro das matas. Durante muito tempo se realizou atividade religiosa naquela localidade, mas quando o lugar foi perdendo importância, o núcleo populacional foi perdendo importância, a igreja foi vitimada por um incêndio que a destruiu, cessando definitivamente a visita do padre.


Cabeleira teve grande destaque uma feira livre, para onde convergia pessoas das imediações vindo até de longe tanto para comprar como para vender mercadorias. A feira durou certo tempo com atividade comercial bastante intensa, que colaborava para o crescimento de Cabeleira que se destacava entre as demais propriedades que haviam na região.


Devido o sucesso da feira, logo o lugar começou a passar por profundas modificações, o progresso também trouxe problemas, começaram a haver desavenças entre o proprietário e os feirantes no que diz respeito ao recolhimento dos tributos, outro fato essencial de complicações, se deu por conta do excesso de forasteiros que vinham para a feira e outras atividades que se realizavam, passou a existir problemas de ordem social, pessoas embriagadas, brigas, algumas questões de ordem moral. Tais fatores não vinham correspondendo aos interesses dos proprietários, que somado ao abuso de autoridade, concorrem para o decréscimo da vida social de Cabeleira, que durante certo tempo tornou-se ponto de habitação bastante dinâmico.


A feira foi transferida para o Engenho Guabiraba, tendo curta passagem não dando os resultados esperados, havendo confusões e discórdias entre feirantes e o dono do engenho. Em conseqüência dos fatos mencionados, os feirantes não suportando mais este estado de coisas, terminaram por desloca-se para a fazenda Macaquinho pertencente ao senhor José Gonçalves, que passou a comportar a feira por um curto espaço de tempo, também não deu certo, tendo curta duração em decorrência do pequeno fluxo de pessoas, mercadorias e maior apoio do dono da fazenda, terminando por se deslocar novamente para o Engenho Guabiraba.


O Surgimento de Barra de Guabiraba.



O povoado é um pequeno núcleo de população que se estabelece num determinado lugar onde as pessoas erguem habitações e aos poucos mais e mais moradias vão sendo implantadas, segundo a tradição eram erguidas capelas, as quais passavam a receber vez por outra um sacerdote católico para celebrar.


As capelas serviam de forte elemento na formação dos povoados, geralmente surgia de maneira espontânea que atraídos por trabalhos, por religiosidade se estabelecia nos lugares. No caso de Barra, o fator determinante foi a criação de uma feira livre, onde se edificavam construções, aparecendo ruas sem nenhum planejamento ou sentido de urbanização


Por momento em que a feira livre sai da fazenda Macaquinho, passa certo tempo paralisada, e as pessoas começaram a sentir a ausência, a feira fez falta aos habitantes do lugar e até mesmo dos que vinham de outros lugares. Surge então a idéia de traze-la para o Engenho Guabiraba pertencente a Manoel Joaquim de Amorim, sendo que na segunda vez, veio para ficar, agora por iniciativa de Manoel Florentino dos Santos nas terras de seu pai, desta vez situado à margem direita do rio Sirinhaém. Embora tendo recebido advertências de algumas pessoas (família e amigos, donos de terras), alegando que a feira poderia trazer conseqüências a exemplo dos demais lugares que tiveram a experiência e não viam com bons olhos tal iniciativa, porém, Manoel Santos resolveu arriscar, o que deu certo. Nelson Félix disse que “em pouco tempo conseguiu desenvolver a feira, vinda então a merecer atenção não só dos homens de bem da terra, como a simpatia do coronel Francisco Tibúrcio Paulino de Melo e Silva, sobrinho do Barão de Bonito, já fora deputado, na época era prefeito do Bonito, o qual prometeu apoio no sentido de contribuir para o progresso da localidade”.


Primórdios de Barra de Guabiraba.



À margem direita do rio Sirinhaém começa a surgir com grande vigor no engenho Guabiraba, um novo foco de habitação. Nasceu com dimensões territoriais modestas, contudo, foi cultivada por seus antepassados que estimulados pela perspectiva de lucros e progresso forjaram uma sociedade que por si só conseguiu caminhar a partir da gênese de uma pequena povoação de homens e mulheres simples e trabalhadores que pouco a pouco foi dando razão de ser, passando o lugar paulatinamente a ter vida própria.


Vendo, pois, Florentino Antônio dos Santos que a feira progredia em sua propriedade, graças ao emprenho de seu filho, passou a franquear mediante aforamento terrenos para a construção de casas populares, que foram sendo edificadas ao lado direito do rio Sirinhaém. O primeiro foco de habitação se deu justamente onde na atualidade está o centro da cidade, essa área inicial, podemos assim dizer, é o coração de Barra de Guabiraba, popularmente conhecida como a Rua Grande. A princípio foram edificados casebres e mocambos construídos de taipa com cobertura de palha, habitação típica de população pobre, que foram os primeiros moradores do lugar, já que os ricos estavam concentrados em suas propriedades.


Com o passar do tempo, à medida que o lugar foi progredindo, outras edificações foram instaladas, casas de comércio vão surgindo, vendendo os mais variados produtos, conhecidos na época como secos e molhados, nas famosas vendas (casas de comércio antigas), que depois vieram a ser denominadas mercearias, e hoje são mercadinhos. Com o tempo também, as pessoas começaram a melhorar suas condições de vida, aumentando o número de casas no lugar, já aparecem casas de alvenaria cobertas com telhas de argila (barro).


No local onde se encontra a praça da Matriz, em frente a igreja católica, no centro da cidade, havia o mercado público para acomodar as mercadorias dos feirantes durante as feiras, o mercado era uma construção de madeira coberta de palha. Como diz o adágio popular da nossa região, no inverno, durante a feira, “a lama dava no meio da canela”, porém, aos poucos o lugar crescia e vão se processando transformações que conduzem a dinamização do lugar.


A povoação em 1893 recebe um nome, seu primeiro nome, o qual passou a ser chamada a princípio de Barra de São João, distrito criado pela Lei Municipal de 16 de janeiro 1893, pertencente ao município do Bonito. O termo Barra se deu devido ao encontro dos rios Bonito Grande e Sirinhaém, Barra corresponde a banco de areia que se forma na foz de um rio onde as correntes fluviais se encontram, isto é foz, boca de rio; o termo São João, em homenagem ao santo que se tornou o padroeiro do lugar, cuja capela fora erguida em 1905 onde está na atualidade a igreja da matriz da cidade, que leva o nome de São João, o qual é o padroeiro do lugar. A capela fora edificada pelos moradores de Barra, a iniciativa para construir a obra se deu por parte dos comerciantes e proprietários da localidade. Vale destacar que a influência da religião católica era muito marcante, e a igreja dispunha de enorme prestígio e poder na sociedade da época, os clérigos eram tidos como autoridade do lugar, eram altamente respeitados por todos, tido como um conselheiro, uma espécie de pai e um mestre da lei da Deus.


Como o sentimento religioso do povo era muito forte, bem como sua devoção aos santos católicos, era muito comum se organizar em festas e em celebração aos santos prediletos. Nesse clima, o dono do Engenho Guabiraba, fez doação à igreja de um terreno, o qual é o centro da cidade e a Rua do Rio, a parte inicial, a mais antiga onde se originou a cidade, conhecida como o centro ou a Rua Grande.


Rapidamente a povoação prosperou, começou a funcionar um pequeno comércio, na época as mercadorias eram transportadas à tração animal, uma vez que não haviam estradas para a locomoção de veículos, os quais eram bastantes reduzidos por esta parte do território pernambucano. O intercâmbio comercial da povoação estava constituído fundamentalmente com os municípios de Bezerros e Gravatá, de onde se traziam mercadorias industrializadas para o consumo dos moradores da Barra. As cidades de Bezerros e Gravatá nesse período funcionavam como cidades pólos, centros comerciais por serem beneficiadas pela linha férrea da Companhia Great Western. E como produto de venda, de Barra saia para os demais lugares, os derivados da cana-de-açúcar, café e gêneros alimentícios da chamada lavoura branca (subsistência), isso porque Barra já se destacar por seu enorme potencial agrícola.

A vila de Barra de Guabiraba.

De povoado evoluiu à vila
com um progresso constante,
onde antes Barra de São João
agora Itapecó, lugar brilhante.

Através de Manoel Santos
com visão de futuro,
realizou-se doações de terrenos
o nascimento da cidade estava seguro.

Em 1905, no centro do povoado,
foi construída a capela
para o povo adorar.
Foi escolhido São João Batista o padroeiro do lugar.

Maria das Graças da Silva



Uma pequena povoação com uma rua apenas, com casas de um lado e do outro da rua, que se tornara vila em 1911, somente algumas poucas casas esparsas a pouca distância umas das outras, todas à luz do candeeiro, e como principal combustível, a lenha e o carvão devido a abundância da floresta atlântica no lugar, as moradias eram abastecidas com águas das cacimbas espalhadas por todo lugar, com destaque para a cacimba da guabiraba, próxima ao hospital da cidade, na margem do rio Sirinhaém, e criou-se um costume em que várias pessoas carregavam água em galões (duas latas penduradas, uma em cada extremidade de uma vara forte o suficiente para suportar o peso da água) sobre os ombros, para ganhar dinheiro ao abastecer as tradicionais da Barra de Guabiraba, às famílias de melhores posses que moravam na única rua, conhecida como Rua do Comércio, que era a principal artéria da cidade.

Os rios também eram utilizados em larga escala nas atividades cotidianas das pessoas, quer para lavar roupas, pescar, tirar areia, para lazer, afinal as águas eram limpas e cristalinas, além do leito do rio ser caudaloso e profundo. O rio teve grande importância para a população do lugar, o costume se prolongou até fins dos anos de 1980, quando o sistema de abastecimento de água da cidade pela Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), passou a cobrir a cidade, dando acesso também aos mais pobres.


A vila foi posteriormente suprimido e restaurado pela Lei Municipal Nº 59, de 28 de junho de 1915. O distrito de Barra de São João foi rebatizado em 31 de dezembro de 1938 pelo Decreto Lei de Nº 235, de 09 de dezembro de 1938, com o nome de Itapecó, como terceiro distrito de Bonito, com a categoria de vila. Denominação essa que viria a ser modificada, dessa vez pelo Decreto Lei Estadual de Nº 952, de 31 de dezembro 1943, mudou de Itapecó para Guabiraba, mantendo a categoria de distrito de Bonito e vila. Pela Lei Estadual Nº 3.340, de 31 de dezembro 1958, o distrito foi constituído em município autônomo, desmembrado do Bonito, com a denominação de Barra de Guabiraba, tendo por sede a vila do mesmo nome. Sua instalação foi efetivada em 1º de março de 1962. A data cívica (aniversário da cidade) é 29 de dezembro.


Origem do nome



Segundo a tradição oral o nome de Barra de Guabiraba surge onde havia próximo do encontro dos rios Sirinhaém e Bonito Grande, árvores frutíferas do tipo guabiroba, no Engenho Guabiraba. No entanto quem fez essa junção, segundo declarou o conhecido Zé Branco (José Lourenço de Lemos, já falecido), foi um comerciante da cidade dos Bezerros (conhecido como Vírgilio) que costumeiramente vinha para Barra vender porcos na feira. Barra era um lugar de hospedagem desse cidadão, o qual comumente se hospedava na propriedade pertencente a Olímpio Nunes Couto, cujo terreno estava localizado na área onde ocorria o encontro dos rios, na divisa com o engenho Guabiraba. E toda vez que Virgílio em suas idas e vindas passava pelo lugar chamava-o de Barra de Guabiraba, e como naturalmente entre o povo se costuma veicular informações do tipo boatos, ou notícias e adágios populares que automaticamente vão ficando na memória do povo e tendem a ser reproduzidas de forma espontânea, o nome foi ficando até que se popularizou entre os habitantes do lugar e dos que para aqui vinham, ficando assim conhecido até cair no costume, sendo oficializado em 1943.


Barra de Guabiraba é dos municípios pernambucanos que possuem o nome de vegetais, guabiraba é o fruto da guabirobeira, pertencente à família da das mirtáceas, a mesma da goiba, araçá, jamelão e pitanga. Encontramos em Pernambuco duas variedades de guabirobeira: a campomanesia guabiraba, e a eugênia microbiana. O termo guabiraba vem do Tupi guabiroba, decomposto em Guabi que significa fruto e Roba para expressar amargo (fruto amargo). A guabirabeira é uma árvores que pode alcançar vinte metros de altura, apresentando folhas expostas, enrugadas, pequenas e aromáticas, as flores são grandes e brancas, caule com casa esbranquiçada. O fruto guabiraba apresenta uma polpa especial, lembrando uma mistura de araçá com marmelo, da qual se faz um afamado doce de guabiraba, muito famoso em Paudalho.


Família tradicional da Barra.



Nessa fase algumas pessoas se destacam no lugar, tornam-se grandes vultos e expoentes do progresso da Barra como grandes proprietários de terras e políticos que contribuíram para o desenvolvimento do lugar, como a família Teixeira de Carvalho eram bastante influentes em Bonito e em Barra, que em terras recebidas por herança do seu pai, desenvolveram o cultivo da cana-de-açúcar e também do café, edificaram moradias, doaram terrenos para a população construir, entre eles destacam-se: Eudes Teixeira de Carvalho, Miguel Texeira de Carvalho que exerceu mandato no Cosnelho Municipal do Bonito (Câmara de Vereadores) de 1913 a 1916; Enéas Teixeira de Carvalho que também teve mandato no Coselho Municipal do Bonito de 1916 a 1919; e Nominando Teixeira de Carvalho nasceu em 1878, casou-se com Josefa Lopes de Carvalho, teve os filhos Cláudio Lopes de Carvalho e Austro Lopes de Carvalho (pai do conhecido Austrogildo – Totó – professor, filho de dona Vitorina, prima de Alberto George - Bebeto). Nominando também exerceu mandato legislativo na por três vezes consecutivas no Conselho Municipal do Bonito (Câmara de Vereadores) entre os anos de 1919 a 1922, sendo o Conselho naquele momento composto por: coronel Manoel Dionísio Pereira, Júlio Samuel da Cunha, Modesto Coriolano da Silva, Manoel Franklin da Silva, Manoel Ribeiro Ribas, Sebastião Rangel de Melo, Vitalino Marques Lins, capitão Antonio Lourenço da Silva e Nominando Teixeira de Carvalho e novamente no triênio de 1922 a 1925 e de 1925 a 28, faleceu em 1933 aos 55 anos no Recife vitimado de tétano, teve sua perna amputada, e ao falecer foi sepultado em Bonito. Essa família está imortalizados na memória de Barra de Guabiraba nas letras do hino do município composto por Plácido de Souza na estrofe que diz “Barra de Guabiraba, tua gente te quer de coração, na memória dos antepassados de Enéas, Nominando e Miguel, por todos serão sempre honrados” e em ruas da cidade cujos nomes aparecem.

Em 1924 surge um veículo motorizado, um Ford conversível pertencente ao fazendeiro Miguel Teixeira de Carvalho, como as vias de acesso eram deficientes, junto com seu irmão Enéas Teixeira de Carvalho, realizaram a abertura de uma estrada que passava por dentro de sua fazenda. Dessa forma a primeira estrada que havia por aqui, fora construída pelos irmãos Teixeira que a abriram para seu veículo passar entre suas fazendas e Guabiraba. Ainda na fase de vila, surge um meio de transporte coletivo para a comunidade de Barra de Guabiraba que desejasse realizar viagens. Em 1925 Manoel José dos Santos adaptou um caminhão Chevrolet e o adaptou às feições de um ônibus com assento aberto semelhante a um bonde, recebendo pela população local o nome de sopa que conduzia pessoas e mercadorias para outros lugares. Havia na época um chefe político que abriu estradas para o veículo circular, fazendo a ligação de Guabiraba a outras cidades, principalmente no agreste.


Barra de Guabiraba até meados da década de 1950 era um espaço totalmente rodeado por matas, os sítios ao redor eram todos abundantes em árvores frutíferas, grandes plantios de cana-de-açúcar, café e muitos roçados que as pessoas cultivavam para subsistência. A área onde é o bairro da Nova Esperança não passava de um espaço vazio, cheio de mato, que funcionava como solta de cavalo utilizada pelos criadores de animais que não tinham terras para fazer cercados, na época funcionava como espaço livre a disposição de todos. Era comum às pessoas terem criações de animais domésticos em casa, criavam para ajudarem na alimentação (cabras, vacas, galinhas, patos, perus, guinés) e para o transporte de mercadorias e pessoas, no uso de trabalho (cavalo, burro, jumento). Como estrada era algo escasso, quando apareceu era de terraplanagem que cruzava fazendas, sítios e engenhos, em que sempre se passava por uma porteira durante o trajeto.


Em lugar pequeno é muito comum as pessoas se conhecerem, isso sem exceção, de tal modo que os laços de amizade e parentesco eram muito estreitos entre os habitantes do lugar, isso por ser uma sociedade pequena, onde é comum os casamentos entre os mais de perto, os batismos dos filhos na igreja católica, as conversas nas calçadas, a brincadeira das crianças na frente da casa. A violência praticamente inexistia, como todos se conheciam e tinham algum laço de parentesco, havia muito respeito entre os habitantes do lugar, independentemente do seu status social. No entanto, havia a manutenção de uma ordem pública que figurava na pessoa de um subdelegado de polícia, cargo confiado a um civil por indicação de um chefe político do Bonito, o cargo estava à disposição do prefeito daquela cidade.

Após a emancipação a função estava à disposição do prefeito de Barra de Guabiraba que fazia a indicação, entre alguns subdelegados ou comissários de polícia aparecem: João Ilídio, Antonio Santos, Dativo castelo Branco, Leobaldo Soares, Antonio Firmino Alves, João Vitalino Gomes, Manoel Leopoldino, Aristides Artur. Na condição de oficial de justiça quando se implantou a comarca em Barra de Guabiraba, o escrivão José Lourenço de Lemos (Zé Branco).


Qualquer novidade, fofoca ou escândalo que havia, todos ficavam sabendo quase que instantaneamente, fato que ocorre ainda hoje, sendo muito corriqueiro em nossos dias isso ainda se verificar.


Aos poucos o lugar vai evoluindo, a vila foi tendo progresso constante, de Barra de São João e Itapecó à Barra de Guabiraba. Desde o momento em que Manoel Santos teve uma visão de futuro, vencendo os medos e os preconceitos da sua época, acreditando que o advento da feira em suas terras daria certo, marca o início de um novo tempo na memória histórica de Barra de Guabiraba, que sai paulatinamente do anonimato, à medida que vai deixando de ser apenas um engenho, para se constituir em um lugar que passava a agregar um considerável número de pessoas, tendo vida própria, e se destacando em relação às demais propriedades existentes até então. Tal atitude marca por assim dizer, o nascimento de Guabiraba, não o engenho, mas essencialmente da cidade, que passara a herdar o nome do engenho que lhe originara.

Sobre

O objetivo desta página é mostrar ao mundo as belezas esculpidas pela natureza neste município. Abençoado com uma bela paisagem que norteia toda a região. Lindas cachoeiras ainda não exploradas. Ambiente altamente propício a prática do ecoturismo, por meio de treking (caminhadas), trilhas para bike, motos e off Road, entre outros. Sem fala na simpatia de sua gente que abraça o visitante. Entre em contato e venha conhecer Barra de Guabiraba.

Agradecimento

Agradecemos a todos que disponibilizaram seus matérias colobarando imensamente com a confecção deste trabalho. Todo conteúdo exposto nesta página, assim como toda citação, estão devidamente autorizados por seus autores.

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